Princípios
Princípios

PRINCÍPIOS E JUSTIFICATIVAS:

Os SISTEMAS AGROECOLÓGICOS de produção e manejo de agroecossistemas, fundamentados em princípios orgânicos e ecológicos, refletem a perspectiva de uma produção agropecuária que apresenta maiores chances de proporcionar sustentabilidade às atividades produtivas, harmonizando-as com aspectos do ambiente econômico, do ambiente social e do ambiente natural. E, na medida do entendimento e da superação de desafios institucionais, mercadológicos, tecnológicos, ambientais e sociais, podem tornar-se substancialmente presentes na construção de caminhos que coloquem o Brasil na trajetória de modelos de desenvolvimento do campo com mais equidade, mais ética e mais responsabilidade sócio-sanitária. Para tanto, um dos principais desafios a serem superados é o da inclusão e incentivo à abordagem da agroecologia e dos sistemas orgânicos de produção nos diferentes níveis e modalidades de educação e ensino. Por meio da educação, princípios e valores fundamentais podem ser inseridos num processo de ensino-aprendizagem tais como: o consumo responsável e sustentável; a valorização da biodiversidade e da sócio-diversidade e o respeito às questões de gênero, geração e etnia. Também pode ser suprida uma carência essencial que é a formação de profissionais que estejam preparados para conduzir trabalhos de conversão agroecológica da agricultura convencional (monocultural, química poluidora, oligogenética, excludente, mecanicista), passando ou não pela agricultura orgânica.

A escassez de profissionais preparados dificulta os agricultores e suas comunidades em conseguir assistência técnica para a construção conjunta de soluções autossustentáveis. O mesmo motivo também impede que sejam ampliadas as pesquisas em agroecologia, pois os profissionais contratados para as instituições do ramo não tem, em sua maioria, conhecimentos para desenvolvê-las. Para agravar o problema e ampliar o desafio ainda predomina na educação profissional formal o ensino dentro de concepções e organizações pedagógicas tradicionais e onde o corpo docente ainda tem como base o vínculo com os sistemas de produção agropecuária convencionais, normativos, acríticos, dependentes, num sistema de ensino verticalizado, magistral e “bancário” , como dizia Paulo Freire.

Busca-se com o NEPA a adoção de práticas construtivistas de desenvolvimento dos saberes, reinventando saídas alternativas no amálgama dos conhecimentos locais e acadêmicos, inspirados nos conceitos da política federal de EDUCAÇÃO DO CAMPO, calcados nas demandas, limitações e potencialidades das comunidades locais de produtores e consumidores.

Com a Agroecologia busca-se aumentar os níveis de autonomia, economia e autossustentabilidade das unidades de produção, pelo aproveitamento de talentos, saberes, recursos e oportunidade locais, integrando o etnoconhecimento e as ciências acadêmicas, otimizando os usos de energia, biomassa, informações, agro-biodiversidade, fertilizantes e demais fatores abundantes ou escassos dos agroecossistemas. 

Com o NEPA pretende-se aprofundar as discussões sobre a sustentabilidade dos sistemas agrícolas vigentes, introduzir o paradigma ecológico ou sistêmico ao nível de pensamento acadêmico e desenvolver estudos e pesquisas científicas sobre agroecologia, em suas várias vertentes (ecológica, biológica, permacultural, orgânica, biodinâmica, natural, de baixo-impacto e outras)

Com o NEPA busca-se: proporcionar mais autossustentabilidade às unidades de produção (quanto ao fornecimento de crédito, insumos, energia, serviços, informações); produzir  alimentos mais saudáveis; gerar menos poluição (ar, água, solo, trabalhadores, consumidores e os outros seres vivos); instaurar mais protagonismo às famílias-grupos-comunidades (quanto à posse e uso de máquinas, implementos, equipamentos, estruturas de processamento-armazenamento-transporte)


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